Um avião sobrevoa a cidade, carros passam e deixam monóxido de carbono. No céu, o cruzeiro do sul, a poeira interestelar e um sem-número de coisas encobertas por nuvens que se formam. No muro em frente, a escrita de uma empresa já apagada pelo tempo.
Outro avião. Desde o último, o relógio girou 30 minutos. Ouve-se o som de rádios ligados e um burburinho infantil no carrinho de lanches mais próximo. Cachorros brincam na esquina, e o vento sopra suave.
O avião leva gente e leva guerras. O relógio conta mais 30 minutos, que não voltam mais. Com o tempo, um pedaço da vida. Melhor seria estar no avião?
Nada disso. Às vezes, esperar pela próxima chuva é só o que importa.