3 de setembro de 2014

Relembrar

De certo modo, relembrar é abrir a caixa de arquivos do cérebro, rever emoções e reaprender com elas. Ao abri-la, encontramos velhas escolhas e percebemos que nem sempre acertamos, mas elas são responsáveis por fazer de nós o que somos hoje e sempre deixam uma lição.

O tempo passa e leva junto pequenos sabores. Há alguns, no entanto, que ficam para sempre — e são eternos por isso.

20 de junho de 2014

Elephant in the room

Mesmo a tradição mais forte não se sustenta na história. Mesmo que seja milenar, não significa que seja imutável ou perpétua. No fundo, são contos sobrevivendo enquanto a verificação correta não chega.

Com o tempo, vão caindo mitos e fantasmas que insistem em por medo nas pessoas. O curioso é que são criações da própria espécie. Mas estamos tomando cada vez mais coragem para olhar debaixo da cama e deixar os pés descobertos. Estamos amadurecendo — e a prova disso é que, afinal, começamos a falar do elefante na sala.

7 de maio de 2014

Vulcão

Eu gostaria de ter a palavra certa para traduzir o que se passa, mas algumas são impossíveis de dizer. Talvez por isso, mas não só por isso, sejam tão especiais.

O coração tem relógio próprio e ele é tão confuso! Por que isso agora, dar alento a um peito já acostumado a ser tão calmo? De pergunta em pergunta, coloco gelo na ferida e me contento com a única resposta a que chego: "eu não sei".

29 de março de 2014

Sobre reconhecer

Precisamos admitir que as coisas mudam. O que era válido ou suficiente no passado, o que era rotina, já não é mais. O mundo está em constante transformação (e a gente também). Sim, é bom manter-se em porto seguro, mas também o é cair no mar. 

É um remédio bem amargo, mas temos que tomá-lo. É preciso saber se despedir.

11 de março de 2014

Um verão diferente

Nem todos têm o verão que deseja, mas é sempre bom relativizar e ser grato pelas coisas que ficam. No fundo, tudo é uma questão de como você encara as coisas, de saber lidar com elas. O eterno é só uma ideia — e a gente decide se quer ou não ficar com ela.

5 de março de 2014

Ser bom em alguma coisa

Quando éramos pequenos, éramos bons em tudo (ao menos na nossa cabeça). E tudo estava perto: o mundo não só parecia menor como era resolvido dentro de nosso círculo de amizades. Bastava estar bem na escola e tudo estava certo. 

Com o tempo, a gente percebe que não é bem assim. E só nos resta entender; aprender, à força, que o mundo é gigante, que não se resume a nosso bairro e vontade — e que faz parte não domá-lo como gostaríamos. De certo modo, o mundo vai ficando maior porque as pessoas vão se distanciando, indo atrás de novos sonhos em outros lugares. A gente tenta manter a esperança de ser bom em alguma coisa.

27 de fevereiro de 2014

Entardecer

A ausência ensina que vivemos num mundo cheio de finitudes, que o relógio gira bem rápido e que infelizmente não nos damos conta. No fundo, a gente levanta cedo, com o sol nascendo, mas de alguma forma já entardeceu.

26 de fevereiro de 2014

É preciso ter motivos

As coisas mais simples são as mais difíceis de dizer, porque são as mais verdadeiras. Talvez por isso, ao crescermos, tudo vai ficando mais complicado. Quando se é criança, é fácil dizer do que e de quem se gosta. Mas, ao entrar no mundo adulto, não é bem assim.

Não basta sim ou não: é preciso ter motivos.

8 de fevereiro de 2014

O que fica

A gente vai dormir e acorda mais velho. Às vezes, mais maduro; em outras, apenas mais velho. 

Os dias terminam e muitas coisas se vão, acabam se perdendo na urgência de tudo. Mas o que realmente importa é o que fica. E o que fica são as pessoas, com suas crises e amores, com aquilo que há de mais humano, com a tentativa de fazer a vida ter algum sentido.

10 de janeiro de 2014

Amor puro

Ela está e sempre esteve aqui. Não é dependência, é amor puro. Não há hora nem lugar para ser feliz, é sempre assim: tudo vale a pena. "My heart was beating fast", deve ter pensado de algum modo que nem imagino. Mas, mesmo assim, deixou o cansaço e correu me dar um abraço, daqueles que me fazem pensar que, sim, tenho mais do que preciso ao lado desse bicho engraçado.

Bom, me distraí escrevendo e ela foi dar uma volta. Preciso ver onde se meteu.

2 de janeiro de 2014

2014

Feliz 2014!
A quem visita o blog, obrigado! =)