24 de outubro de 2010

Sobre os valores de Castor (parte 7)

Pouco antes de dormir, Castor faz uma reflexão sobre o dia. Toda noite é da mesma forma, traz à memória o emprego, a família, a saúde, e dorme em paz.

Mas dessa vez está com peso na consciência. Tem Catarina ao lado, mas não pensa nela. Pensa na nova menina da fábrica. Ela trabalha no escritório, mas vai à produção levar documentos. É uma jovem de 20 e poucos anos, tem os cabelos pretos e a pele clarinha.

Todos os homens da fábrica a admiram, mas Castor faz do gesto uma prova de sua sinceridade peculiar. Quando a vê, imagina sua nudez. No começo ficava envergonhado de si, mas depois passou a separar o fato de suas intenções. Porém, agora é diferente: nunca havia trazido a ideia para a cama. Que ideia atroz!

Sente-se infeliz por aquele momento e diz a si que tudo é culpa da rotina de tantos anos. Mas mantém-se firme. Amanhã tem muito trabalho e não é hora de pensar em bobagens, mas de descansar.