17 de outubro de 2010

Sobre os valores de Castor (parte 5)

Castor acorda e caminha para o café. Catarina está lá fora conversando com os vizinhos. Ele come devagar. Pela janela, olha para ela e sente-se bem em tê-la ao lado.

Ela entra e comenta sobre o último caso do bairro. Castor não tem a menor vontade de saber da vida alheia, pensa em dizer algo a respeito, mas se mantém calado.

Nota movimentos do lado de fora e percebe que o jornal chegou. Senta-se na sala entretido com a leitura. Um jornal e vários programas de TV depois, sente o cheiro vindo da cozinha. O almoço está pronto: macarrão, molho vermelho e Coca-Cola. Come em demasia, volta ao sofá e dorme até a hora do futebol.

O relógio o desperta. Programou-se para acordar no momento exato da partida. Pede para a esposa preparar pipoca, se levanta e busca cerveja.

Quando o jogo termina em 0 a 0, fica frustrado. Uma semana de espera para a partida terminar assim, empatada. Reclama sozinho e diz que aqueles jogadores não merecem o dinheiro que ganham. "Pernas de pau", resmunga e vai ao banho, enquanto Catarina lhe apressa, pois já estão atrasados para a igreja.