4 de maio de 2010

5x4

Um copo de café pela metade, um telefone que toca sem parar e libretos espalhados sobre a mesa. Notas, requisições, discos e livros, uma cuia de chimarrão, chaves, secante de cobalto e cola bastão.

A planilha do mês aberta, avisando que ainda há dias e dias para que maio termine. 

A porta aberta mostra o pátio solitário de fim de expediente, um inseto entra, dá um rasante e sai. Estou e não estou, às vezes penso que permaneço, em outras que nunca estive. Lembro de pessoas, da noite passada, de outras coisas, do que vivi, do que deixei de viver, da correria e de tudo, que é muito, mas é pouco. Porque sempre é bastante e exaustivo, mas sempre é o mínimo para o que é para ser.

O ventilador gira e o relógio também, contando o tempo com a frieza das máquinas. O sol desce, o dia levemente cai e a noite aos poucos chega. Parado, sentado, meço a inércia diante dos fatos e me cobro motivos. Porque, daqui, só eu não sou uma coisa.