9 de maio de 2010

O cansaço e o guarda-chuva

Parecia que não ia dar certo, que não ia se resolver. Porque ela estava exausta de não tê-lo por completo, e ele, chateado por ela não compreender o motivo.

Havia peso, sempre, em cada recriar, renascer, a cada café da manhã. Ele fazia a barba depressa, ela contava os problemas do dia anterior, ele prometia pensar no assunto, ela dizia saber que não era verdade. 

Mas, à noite, a cama trazia a certeza de que ainda havia motivos. "Motivos". Isso tornou-se forte, feito um ditado: "é na tempestade que se conhece o guarda-chuva".

Ele a abraçou: "obrigado por se abrir e me abrigar". O cansaço atravessou a porta e se foi; e o abraço os abrigou do frio que, porta aberta, invadiu o lar.