5 de abril de 2010

Espiando Voltaire

Abro a porta e o vejo com um riso tímido, como se lembranças boas estivessem em sua cabeça: a última cartada, a última música, o último livro, a última ideia. François-Marie pega uma caneta e escreve: "Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo". Simples assim, numa frase, o resumo de tudo.

Dois séculos depois, fecho a porta e saio, na ponta dos pés, pensando nos amigos que tenho. E sinto saudade das brincadeiras, do futebol até tarde da noite, dos pés sujos de rua, da infância. Anos que foram embora, soltos, com a certeza de não mais voltarem, mas que ficarão presos na memória para sempre.