Ilustração: Edilma
Ela abriu um sorriso. Entre uma conversa e outra, a distância foi minimizada. Não houve fórmula, apenas um pedido de desculpas e um abraço. O significado dos gestos; a clareza das palavras, maior que o incômodo da fuga. Distraíram-se entre frases e xícaras.
— Olha — começou ela, olhar fixo para ele —, perto de você, mesmo que seja por um breve momento, há sempre algo bom para compartilhar.
Ele sustentou o olhar.
— Diga-me.
— Você me traz coisas boas.
— Também me sinto bem perto de você.
Ela se afastou um pouco.
— Então por que fugiu?
— Não sei dizer; acho que tive um pouco de medo. Isso não é vergonhoso. É?
— Eu entendo você, sinto um pouco disso também.