5 de setembro de 2011

Na escuridão

Por Edilma e Deivid
Ilustração: Edilma

Passos firmes, ela cruzou a Avenida Sul e foi ter com ele na Rua Estreita. O que havia posto como missão, passou a ser vontade. Vontade incontida de encontrá-lo. De olhá-lo e fazer as perguntas que a inquietavam.

Quando chegou, hesitou um pouco por conta da escuridão que tomava o espaço. Não que o escuro fosse coisa estranha: toda noite, fechava completamente a porta e as janelas, conferia a cortina e tirava a TV da tomada. Tudo para não ter uma luz sequer.

Mas ali o escuro era outro, porque era misto de pouca luz e dúvida. Não havia ideias claras, nunca havia estado ali, sequer saberia voltar. Foi contornando as ruas conforme ele havia explicado — e, enfim, chegara.

"Ninguém tem o direito de me ter nos braços e passar o dia seguinte como se nada tivesse acontecido", disse de si para si. Era 22h15; ela o esperava.