30 de maio de 2011

Um par de meias

Três da manhã, acordou com a parede escura presa aos olhos. Tinha tanta coisa na cabeça que mal podia pensar. O controle remoto sem pilha, aquela visita à mãe que ficou para ontem e não deu.

Mais três horas e precisaria consertar aquela peça, ao preço de quatro anos de serviço.

Pensou em levantar-se, mas desistiu ao sentir um pé de meia encostando em sua perna. Lembrou-se, então, que para tudo havia um sentido. Riu de si. Respondeu ao toque e ouviu o gemido inconsciente de toda noite. Dois pés juntos, um par de meias, e estava pronto para outro dia.