4 de maio de 2011

O lado humano do rei

A retórica da batina, a caneta do jornalista, o microfone da política, qualquer que seja — por trás de cada palavra, a entrega: estamos no mundo da incomunicabilidade, e só a palavra não basta.

Porque não há ninguém que seja mais ou menos homem que ninguém: entre os iguais, o que diferencia uns dos outros é a intensidade com que se busca uma resposta — ou, entre os mais sábios, uma pergunta.

Talvez por isso, mas não só por isso, as instituições são tão falhas: embora queiram estar acima dos limites humanos, de acerto e erro, são feitas por gente, guiada por uma razão construída historicamente.

Saramago dizia sem dizer: a verdade depende de qual lado da mesa você está sentado.