13 de março de 2012

Por um lado

Toda vez que meu juízo foi mastigado pelo desejo de ter você por perto, me guardei. Por dentro, a velha chama. Por fora, o de sempre.

Ficou a impressão de que nunca me feri: de meu passado seguro, nunca tive nada a reclamar. E você, que sempre me entendeu por inteiro, foi vítima desse desapego.

Porém, sempre foi tudo diferente, escondi torcer pelo fogo na luta contra a água. Gelando o relacionamento, me fiz de rei, mas sempre senti falta do calor retraído.

Também por isso, bebo agora uma cerveja preta mais gelada que o normal; talvez me ajude a neutralizar a chama que insiste em não morrer.