E se o perdesse, o que faria? Recomeçaria? Era assim tão dependente de afeto? Conseguiria se apaixonar outra vez com a mesma intensidade?
"Oras, mas que bobagem, nada termina!", argumentou. "Porque, afinal, as coisas se transformam".
Ela não se contentava com a ideia contrária. Para ela, havia algo de perpétuo em tudo, como se até a mais insignificante das causas tivesse sua sempiternidade garantida. "Como em 'A Persistência da Memória'", explicou.
Na parede, as Dálias tinham enorme espaço. Ficavam protegidas, pois não suportam ventos — talvez nem na pintura.