13 de junho de 2010

Quaternária

Dividindo a vida em quatro, são irmãs as partes um e quatro, bem como as duas outras.

Fica na primeira o leque de preocupações singelas: brincar na rua, escolher um time do coração, conhecer palavras novas, o luxo de se importar com coisas banais.

Às duas seguintes, é reservado o abstrato. Por ser a realidade mais complexa que a teoria, surge um leque de dúvidas. Fica a certeza de não poder jamais dar-se ao luxo de não saber das coisas grandes: as artes, o trabalho, a eloquência, a ciência. Em resumo, o que se constrói no mundo adulto.

Na última, no entanto, está de volta o singelo, que volta a fazer sentido. Todas as coisas que antes eram grandes diminuem e, no lugar, surgem as pequenas, que aumentam de importância.

Percebe-se, então, como são grandes as coisas pequenas.