30 de setembro de 2009

O peso

Há um dado na estante. Ele está lá, parado, e você tem certeza de que nunca sairá de lá, porque acha que é seu. E é, até você o perder.

Por algum motivo, você pega um pedaço de papel e joga fora, afinal, papeis são todos iguais. Um belo dia, você percebe que não é bem assim, pois aquele pedacinho de sulfite, com seus rabiscos e particularidades, era único.

O que dá sentido às coisas não são as coisas, mas o significado atribuído a elas.

Somos cada dadinho que se foi, cada papelzinho. Se amamos a nós, amamos o significado de cada cheiro, sabor ou tato colecionado com o tempo. A história que nos trouxe até aqui é a história do que somos.