9 de fevereiro de 2012

Imaginário

Ao olhar-se no espelho, gira os pés ao som de Joan Jett. São duas da manhã, meia-luz, momento único. Puro instinto no comando.

Entre livros e hábitos libertários, gosta que seja assim: fala o tempo todo com a imagem refletida, dorme e anda nua pela casa; atende o cara da pizza só de camiseta.

Abre um vinho e derrama-o além da taça. Deita-se e espera. Fecha os olhos e cria imagens. Tudo flui, selvagem: mordidas no pescoço, na nuca, nos ombros. Está só e precisa se desvencilhar do pensamento.

Mãos à obra. E Hermann Hesse, que lhe inspira um mantra budista em sânscrito no corpo, surge no desfecho: sua alma é o mundo inteiro.