23 de dezembro de 2010

Casualidade

Sentou-se para esperá-la. Meia hora atrás, havia entrado na loja, não deveria demorar a sair. Em outra época, tudo era mais fácil. Quando criança, quantas vezes não fez uma cartinha para expressar o que sentia. Mas agora era diferente, não pegava bem escrever essas coisas. E se era patético o que fazia, só ele sabia (no mundo adulto, isso não é problema).

Ela finalmente saiu e foi até a praça de alimentação. Ele a seguiu, fazendo o possível para não ser notado. Fingiu surpresa ao se esbarrarem.

— Você por aqui?

Falaram-se por algum tempo, mas ela lembrou-se que precisava ir. Estava com a agenda cheia! Ele compreendeu, deixou um beijo em seu rosto. Depois, antes de dormir, ficou torcendo para não tardar o dia em que a encontraria, de novo, casualmente.