A réplica de Da Vinci tomou Picasso por forma: Mona Lisa, como Jacqueline Roque. Passou a rir e a sentir picadas de insetos, tirou o roupão e começou a dançar. Gritava palavras de ordem: "Siga as regras, és uma oprimida, ponha-se no seu lugar!".
Tempos depois, deitou-se no carpete com o olhar preso ao teto. E ele surgiu: sorria de volta e trazia, de novo, um sentido para a vida. Fechou os olhos.
Nada tinha mais força que o amor que voltava. O rádio ligado, o som dos carros passando, o vento na janela: o mundo externo não existia. Estava dentro de um aquário, inapta ao mundo real, binário e insensato. Era reconfortante.
Uma tela branca, igual a essas de cinema, projetou cenas de sua vida, passado e presente. Imagens oníricas e palpáveis se adaptavam na sempiternidade, e já não queria ficar.
Aquele chá a levou. Tudo ficou quieto: fora e dentro.