17 de abril de 2012

Fragmento

A fragmentação do mundo é sua feiura. Sua segmentação, o acesso fácil para o mundo da beleza — e só ela importa, mesmo que seja a beleza de brincar de felicidade, esperar pelas festas de fim de ano ou pelo ressurgimento do Deus da época.

São as cores de seu arco-íris imaginário: preto e branco. Ou cinza, que é a mistura de ambas. O resto é fantasia.

11 de abril de 2012

Outra forma

Não importa o que você revela, é apenas uma forma de ver e interpretar as coisas ao redor. Ou nem isso: é a forma como lhe ensinaram. 

O que realmente importa é o que você esconde: aquele tecido guardado na gaveta esperando uma ocasião especial; aquele grito de gol que ficou para outro campeonato; aquele preconceito de achar que a verdade é sempre sua. Mais ainda: é aquilo que você esconde ao impor o que revela.

2 de abril de 2012

Biscoitos

Sorrindo, me cumprimentou sem jeito e levou o pacote de biscoitos para perto de mim.

Foi engraçado: ela estendeu o pacote em minha direção, como se fosse normal eu pegar sem pedir. Por esse gesto, percebi o quanto estávamos próximos.

Kundera, Rush, URSS, Tarantino: enquanto o pacote se esvaziava, falávamos sobre tudo e não víamos o tempo correr.