12 de agosto de 2011

Samba verde e rosa

Um samba de Cartola soa ao fundo, enquanto ela passa e mostra a saia. Os amigos olham, ele também, com o cigarro terminado e o copo de cerveja por encher. Como sempre, faz duas ou três piadas e ri, celebrando com o dedo em riste, feito um troféu, diploma de seu humor ultrapassado.

Outras saias balançam e levam a outros brindes. É sexta, e até segunda só o futebol será mais importante. Santa paz, ancorada na fé de que hoje basta, amanhã só-deus-sabe.

9 de agosto de 2011

Crédito

Pôs os dedos surrados sobre a mesa. As unhas amarelas atestavam o trabalho de décadas, 25 comungavam da mesma fila, à espera de um jovem que, de mau humor, levantava os olhos por cima dos óculos.

Trazia uma imensidão de papeis, pedidos e bobagens da burocracia: a credibilidade estava intrínseca, presa à munheca.